Em visita oficial a El Paso, no Texas, e a Dayton,
no Ohio, cidades onde ocorreram os tiroteios do último fim de semana, o
presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, evitou os manifestantes que
o aguardavam, encontrando-se apenas com agentes policiais e sobreviventes. Ele
não deixou, no entanto, de responder aos críticos que o acusaram de estimular a
violência.
Donald Trump
visitou inicialmente Dayton, no estado do Ohio. Acompanhado da mulher, Melania,
visitou o hospital de Miami Valley, onde conversou com algumas vítimas do
tiroteio e conheceu alguns funcionários.
"Deus
olhava por vocês. Quero que saibam que estivemos com vocês o tempo todo",
disse aos sobreviventes e familiares.
"Todos
o receberam de forma muito calorosa. Todos estavam mesmo muito, muito
entusiasmados por vê-lo", disse Stephanie Grisham, secretária de imprensa
da Casa Branca.
Mas à porta
do hospital esperavam-no mais de 200 manifestantes – incluindo um balão do
"bebê Trump" –, acusando o presidente de contribuir para as tensões
raciais e políticas no país e pedindo maior controle de armas.
"Fim ao
ódio", "Trinta e dois segundos, nove mortos", "Faz alguma
coisa", "Salva a nossa
cidade", gritava a multidão, acusando Trump de fomentar o ódio racial no
país.
A chefe do
executivo municipal de Dayton, Nan Whaley, estimulou os moradores da cidade a
"erguerem-se" contra Trump: "Ele tem de se deitar na cama que
fez. A sua retórica tem sido dolorosa para a nossa comunidade".
Em seguida,
o presidente norte-americano dirigiu-se a El Paso, onde teve recepção
semelhante.
Como era
esperado, Trump foi recebido por centenas de manifestantes no Washington Park,
perto da fronteira com o México, mas evitou encontrar-se com eles. Lá, esteve
também em um hospital, onde se encontrou com sobreviventes e funcionários.
"Racista, vai para casa",
"Protege os nossos filhos, não a NRA", "Vai-te embora,
Trump" – foram algumas das frases ouvidas.
A
congressista democrata que representa El Paso, Veronica Escobar, recusou-se a
encontrar com Trump, alegando que "suas palavras e ações racistas e
odiosas" tinham causado dor à comunidade e ao país.
A presidente da câmara, Dee Margo, disse que apenas ia receber o presidente por um "dever formal".
Cassanda Hernandez, representante do Conselho de El Paso, destacou que as pessoas estão vivendo na cidade com medo de outro ataque e a ameaça do nacionalismo branco.
"As pessoas têm medo de serem hispânicas", disse, referindo-se ao manifesto publicado pelo atirador suspeito, que afirmou existir uma "invasão hispânica no Texas". "Ele não é bem-vindo aqui. Ele não pediu desculpa à cidade, nem às pessoas de ascendência mexicana".
A presidente da câmara, Dee Margo, disse que apenas ia receber o presidente por um "dever formal".
Cassanda Hernandez, representante do Conselho de El Paso, destacou que as pessoas estão vivendo na cidade com medo de outro ataque e a ameaça do nacionalismo branco.
"As pessoas têm medo de serem hispânicas", disse, referindo-se ao manifesto publicado pelo atirador suspeito, que afirmou existir uma "invasão hispânica no Texas". "Ele não é bem-vindo aqui. Ele não pediu desculpa à cidade, nem às pessoas de ascendência mexicana".
Beto O’
Rourke, um dos candidatos democratas às eleições de 2020 e residente da cidade,
foi mais longe. No Twitter, escreveu que "não há lugar" para o
presidente dos EUA em El Paso e que Trump "ajudou a criar o ódio que fez a
tragédia de sábado possível".
Fonte:
Agência Brasil
Foto: Isac
Nobrega
Tags
Política