Pesquisa apoiada pela Fapeam aponta prevalência da infecção pelo HPV em mulheres com câncer de colo uterino - AMAZON NEWS NO AR

Pesquisa apoiada pela Fapeam aponta prevalência da infecção pelo HPV em mulheres com câncer de colo uterino

Estudo foi desenvolvido em grupo de mulheres tratadas na  FCecon

 

Um estudo científico desenvolvido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) identificou a infecção pelo vírus do papiloma humano (HPV) em um grupo de mulheres com câncer de colo de útero tratadas na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Amazonas (FCecon), descrevendo o perfil epidemiológico, sociodemográfico, clínico e os fatores de risco relacionados à infecção nessa população de mulheres estudadas.

 

Os pesquisadores descreveram o perfil de 17 pacientes, com idades entre 31 e 70 anos, e uma frequência de 82,3% de HPV nas pacientes incluídas no estudo.

 

Os dados apontaram, entre outras condições, que as situações que aumentam a probabilidade de ocorrência pela infecção estão relacionadas ao uso de anticoncepcionais oral e/ou injetável (69,1%), seguidas de mulheres com baixos níveis de escolaridade (64,7%) e início de atividade sexual em idade precoce entre os 11 e 20 anos (64,7%).

 

O projeto “Caracterização da infecção por papilomavírus humano (HPV) em mulheres com câncer de colo de útero tratadas na FCecon” foi desenvolvido na FCecon e amparado pelo Programa de Apoio à Iniciação Científica do Amazonas (Paic/AM), edição 2019/2020, da Fapeam.

 

HPV – Atualmente é amplamente aceito o HPV como agente etiológico do câncer de colo uterino. Quanto mais tempo uma mulher permanece infectada pelo vírus, maior é o risco de desenvolver a doença.

 

De acordo com o estudante do curso de Biomedicina da Universidade Estácio e bolsista do Paic, Marcos Bruno Lino, o câncer do colo de útero é muito incidente no Amazonas, e por isso é importante desenvolver estudos especificamente sobre o tema.   

 

“Nossos programas de prevenção e rastreio de câncer uterino precisam, ainda, fornecer melhores condições para implementação das políticas de saúde e acesso aos serviços públicos de saúde, promovendo a detecção precoce e o tratamento em tempo hábil”, disse Marcos Bruno Lino.

 

Dados – A pesquisa demonstrou ainda que 64,7% das mulheres estudadas são casadas ou vivem em união estável. Parte dessas mulheres (30,7%) nunca utilizou preservativos. Outra parte afirmou usar às vezes, e relatou incômodo como justificativa para o desuso.

 

Quanto ao número de parceiros sexuais na vida, 38,4% respondeu ter tido apenas um parceiro sexual durante toda a sua vida, 7,6% tiveram de dois a três parceiros, 15,3% de quatro a cinco parceiros e 15,3% tiveram de seis a dez parceiros sexuais na vida.

 

Sobre o número de parceiros sexuais, nos últimos 12 meses (em relação à data da entrevista), 97,6% relatou ter tido apenas um parceiro sexual, e 2,4% tiveram três parceiros sexuais nos últimos 12 meses.

 

Em relação aos exames anteriores realizados, apenas 61,5% responderam ter tido alguma alteração nos preventivos anteriores. As pacientes incluídas no estudo apresentaram uma média de 3,2 filhos (38,4%), seguido de quatro a cinco filhos (23%), demonstrando um percentual alto de paridade dessas mulheres. Quando questionadas sobre o tabagismo, 38,4% afirmaram fumar ou ter fumado em algum momento da vida.

 

Premiação – O projeto desenvolvido por Marcos Bruno Lino e orientado pela professora Heidy Halanna de Melo Farah Rondon está entre os dois trabalhos científicos melhor colocados entre os apresentados na IX Jornada Científica do Paic/FCecon – 2019/2020.

 

Ao todo, 44 alunos de Instituições de Ensino Superior (IES) públicas e privadas participaram da IX Jornada Científica, com defesas orais de conclusão dos projetos, que trataram sobre áreas estratégicas para a unidade hospitalar, como prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer.

 

Estimativa – De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca) o número de casos novos de câncer do colo do útero esperados para o Brasil, para cada ano do triênio 2020-2022, será de 16.590, com um risco estimado de 15,43 casos a cada 100 mil mulheres.

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