Aos 90 anos, morre o ex-presidente da Argentina, Carlos Menem
O ex-presidente argentino, Carlos Menem, morreu neste domingo (14) em uma clínica de Buenos Aires aos 90 anos.
"Com profundo pesar soube da morte de Carlos Saúl Menem. Sempre eleito na democracia, foi governador de La Rioja, presidente da Nação e Senador Nacional. Na ditadura foi perseguido e preso. Todo o meu carinho para (sua primeira esposa) Zulema, (sua filha) Zulemita e todos os que hoje choram por ele", escreveu no Twitter o presidente Alberto Fernández, de linha peronista assim como o ex-presidente.
O governo decretou três dias de luto pelo falecimento do ex-presidente, que será velado no Congresso.
Menem, que exercia atualmente o cargo de senador pelo Partido Justicialista (Peronista), foi hospitalizado várias vezes nos últimos meses. Ele representava a província (Estado) de La Rioja, onde nasceu.
Em 29 de dezembro, ele não conseguiu participar da votação no Senado sobre a lei do aborto na Argentina porque estava internado.
Internado com uma infecção urinária, o quadro de saúde do político, que governou a Argentina de 1989 a 1999, se deteriorou nos últimos dias. O político também lutava contra problemas cardíacos.
Menem governou a Argentina entre 1989 e 1999, com um programa neoliberal. Impulsionou a reforma da Constituição em 1994, que introduziu a reeleição presidencial imediata, além de remover o requisito de professar a religião católica a quem exerce a liderança do Estado.
"Tinha um carisma enorme", disse o presidente Fernández hoje em uma entrevista ao canal C5N.
Privatizou a maioria das empresas públicas e implementou uma taxa de câmbio em paridade com o dólar, um esquema que gerou uma súbita abundância, mas que explodiu em 2001, culminando na pior crise econômica da história do país.
"Não conhecíamos o Menem neoliberal na época, porque não foi tema de sua campanha (eleitoral)", lembrou Fernández. "É preciso reconhecer seu valor e seu apoio sempre à democracia. Quando veio a ditadura, ficou preso por anos", destacou o presidente.
O presidente chileno, Sebastián Piñera, também o homenageou.
Menem também indultou os máximos responsáveis da última ditadura (1976-1983) que haviam sido processados e membros de organizações de guerrilha.
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