Delegados que foram candidatos alegam perseguição de Wilson Lima após eleições - AMAZON NEWS NO AR

Delegados que foram candidatos alegam perseguição de Wilson Lima após eleições


Segundo os envolvidos, não há motivo legal informado para as transferências

Os delegados João Tayah, candidato a vereador pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e o delegado Costa e Silva, candidato a vice-prefeito, pelo partido Patriota na chapa com o coronel Menezes, alegam que sofrem perseguição política ao fim do pleito municipal em Manaus. Ao retornar aos trabalhos, os delegados foram transferidos para municípios distantes da capital. Os dois informaram que procuraram a Justiça para rever a decisão que teria sido arbitrária. A Polícia Civil informou que o envio dos delegados vai reforçar a segurança em municípios do interior.

Segundo os envolvidos, não há motivo legal informado para as transferências. A principal suspeita é o fato de justamente os dois terem sido os únicos delegados candidatos a fazerem oposição ao governo.

De acordo com o delegado Costa e Silva, que teve sua transferência expedida para o município de Lábrea, distante 800km da capital, a manifestação não é pela transferência, mas sim pelos transtornos em que a mesma se deu.

“Não tenho nada contra trabalhar no interior. Sou do concurso de 2009, chamado em 2011, e já trabalhei no interior, mas esta ação fere o estatuto da Polícia Civil, que diz que não pode haver transferência seis meses antes, nem três meses após as eleições, o que aconteceu foi algo injusto, pois nenhum outro delegado candidato foi transferido”, alegou Costa e Silva.

Ainda de acordo com o delegado, ele procurou a delegada-geral da Polícia Civil (PC-AM), Emília Ferraz, mas não foi atendido.

O delegado João Tayah, foi transferido para o município São Paulo de Olivença, distante 990km de Manaus, e disse que o ato é uma improbidade administrativa e de abuso de autoridade.

“Após o fim do primeiro turno a portaria de transferência já tinha sido feita, algo totalmente ilegal. Já trabalhei em Nhamundá e em Manacapuru, não tenho problema em trabalhar no interior, mas o que aconteceu foi um ataque à minha vida profissional dentro e fora da polícia, pois todos sabem que sou professor de cursinho e que uma transferência mexe com isso e com toda minha família. Esta ação é um ato de improbidade administrativa e de abuso de autoridade, que o Ministério Público deve investigar”, disse o delegado Tayah.

Justiça

Os dois delegados disseram que procuraram a Justiça para evitar a transferência surpresa. “Procurei a justiça, entrei com um mandado de segurança, mostrei todos os pontos que uma transferência nesses modos poderia prejudicar e a juíza concedeu a liminar para que eu aguarde em Manaus até o final do processo. Enquanto isso aguardo uma definição da DG para onde serei lotado”, disse o delegado Costa e Silva.

Polícia Civil

Em nota, a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) informou que a remoção do delegado João Victor Tayah para o município de São Paulo de Olivença, se trata do cumprimento da Ação Civil Pública n. 0000033-03.2013.8.04.7000, que determina a lotação de um delegado de polícia de carreira, na localidade, sob pena de pagamento de multa.

No que diz respeito ao delegado Costa e Silva, a PC-AM esclarece que de acordo com relatório expedido pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM) e assinado pelo promotor de Justiça, Alessandro Samartin de Gouveia, a ausência de um delegado, naquele município, pode fazer com que o Estado perca “completamente o poder de reação e massacres ou violações de direitos humanos podem ocorrer naquela delegacia de polícia”.

A PC também informou que, nos dois casos, os delegados estavam extra lotados podendo ser removidos para o interior, pois a lei informa que a remoção só fica vetada caso o funcionário público esteja em serviço, o que poderia configurar algum tipo de sanção, o que não era o caso, já que ambos eram candidatos no Pleito 2020.

“Ademais, a instituição reforça que não tem a prática de perseguição e que, inclusive, o delegado Mário Leite de Melo, que é do mesmo partido que o governador Wilson Lima e estava extra lotado por conta das Eleições 2020, será removido para o município de Eirunepé”, concluiu a nota.

FONTE: Radar Amazônico

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