IBGE: 59,7 milhões de pessoas tinham plano de saúde em 2019
Em 2013, eram 55,7 milhões com assistência. Expansão foi de 0,6%
A Pesquisa Nacional de Saúde 2019, divulgada
hoje (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Rio de
Janeiro, revela que, no ano passado, 28,5% dos residentes no país possuíam
algum plano de saúde médico ou odontológico, totalizando 59,7 milhões de
pessoas.
Em 2013, o índice era de 27,9%, ou o
equivalente a 55,7 milhões de habitantes. Nas regiões Norte e Nordeste, somente
14,7% e 16,6% das pessoas tinham plano de saúde, contra 13,3% e 15,5%,
respectivamente, em 2013.
Os pesquisadores apuraram que, mesmo nas
unidades da federação em que a renda per capita (por indivíduo) é mais alta, a
proporção de pessoas com plano de saúde médico era inferior a 40% da população,
em 2019. Exemplos: São Paulo (38,4%), Distrito Federal (37,4%), Rio Grande do
Sul (35,4%) e Rio de Janeiro (35%). No Maranhão, somente 5% dos habitantes
tinham plano médico e, em outros 17 estados, a proporção de moradores com plano
médico não atingia 20% da população.
O estudo indica que 46,2% dos titulares de
planos de saúde médico pagavam diretamente às operadoras, em 2019, e 45,4%
tinham planos pagos parcial ou integralmente pelo empregador. No ano pesquisado,
8,1% da população residente em domicílios particulares permanentes, ou o
correspondente a 16,9 milhões de pessoas, deixaram de realizar atividades
habituais nas duas últimas semanas anteriores à data das entrevistas.
Em 2013, foram 14 milhões de pessoas (7%). As
razões apresentadas com maior frequência para essa impossibilidade de trabalho
foram problemas nos ossos e articulações (25,1%) e problemas respiratórios
(21%). As maiores proporções de pessoas que deixaram de efetuar atividades
foram encontradas nas regiões Nordeste (8,7%) e Norte e Sudeste, cada uma com
8%.
Rede pública
A pesquisa revela, ainda, queda no número de
pessoas que costumavam procurar o mesmo médico ou local de saúde para serem
atendidas. Em 2019, foram 76,5% contra 77,8% em 2013. Pelo menos 69,8% fizeram
isso pela rede pública, no ano passado. Em relação a tratamento odontológico, a
sondagem mostra que menos da metade da população residente (49,4%) tinha se
consultado com dentista nos últimos 12 meses anteriores ao levantamento. Em 2013,
foram 44,4%, ou 88,6 milhões de pessoas. A menor proporção foi achada na Região
Norte (40,8%), sendo que, nas áreas rurais, o índice foi ainda inferior
(38,7%), o que aponta que o tratamento odontológico ainda não ganhou a
importância que merece no Brasil.
De acordo com a PNS 2019, 159,6 milhões de
pessoas (76,2%) haviam se consultado com um médico no Brasil nos últimos 12
meses antes da data da entrevista, aumento significativo em relação a 2013
(71,2%).
A sondagem registra também que 39 milhões de brasileiros
precisaram de atendimento médico nas duas últimas semanas anteriores ao estudo.
Os principais motivos foram doença e tratamento de doenças (48,2%), vacinação,
prevenção, check up médico e acompanhamento com outro profissional de saúde
(25,1%), exames complementares e diagnóstico (10,2%), dor de dente, problemas
odontológicos e consulta de rotina ao dentista (6,3%). Em 2013, foram 30,6
milhões (15,3%).
Em 2019, 28,7 milhões de pessoas conseguiram
atendimento na primeira vez que procuraram; em 2013, foram 29,1 milhões. Dentre
os que conseguiram atendimento médico, 60,9% tiveram algum medicamento
receitado contra 65% em 2013; e 85% obtiveram todos os medicamentos prescritos.
Em 2013, o índice foi 82,5%.
Internações
A pesquisa do IBGE identificou que 13,7
milhões de pessoas da população residente no Brasil (6,6%) ficaram internadas
por mais de 24 horas nos últimos 12 meses antes da data das entrevistas.
Desses, 64,6% (ou 8,9 milhões de pessoas) recorreram ao atendimento pelo SUS -
Sistema Único de Saúde.
Em 2019, 4,6% da população utilizaram alguma
prática integrativa e complementar. Em 2013, o percentual foi de 3,8%. Plantas
medicinais e fitoterapia (58,0%) foram a prática mais utilizada, seguida por
acupuntura (24,6%) e homeopatia (19,0%).
O estudo confirma que é crescente a empatia
dos brasileiros com animais. No ano passado, 33,8 milhões de domicílios (46%)
tinham, pelo menos, um cachorro, contra 44,3% em 2013; e 14,1 milhões de lares
(19,3%) tinham pelo menos um gato, contra 17,7%, em 2013.
Entre os 39,4 milhões de domicílios com algum
cachorro ou gato, 72% (ou 28,4 milhões) tiveram esses animais vacinados em
2019. Em 2013, o percentual foi 75,4% (24,8 milhões).
Do total de domicílios particulares
permanentes, 44 milhões (60%) eram cadastrados em uma Unidade de Saúde da
Família (USF) em 2019, contra 34,6 milhões (53,3%) em 2013.
Dentre os 40 milhões de domicílios cadastrados
há um ano ou mais em 2019, 38,4% receberam visita mensal de agente comunitário
de saúde ou membro da Equipe de Saúde da Família, o correspondente a 15,4
milhões de unidades domiciliares.
Em 2013, o percentual foi bem mais elevado
(47,2%), embora fosse menor a quantidade de domicílios que recebiam essas
visitas (14,1 milhões) naquele ano. Por outro lado, 9,5 milhões de lares
particulares (23,8%) nunca receberam visita de agente comunitário ou da Equipe
de Saúde da Família. O número evoluiu bastante frente a 2013, quando o
percentual era 17,7% (5,3 milhões de pessoas).
A Pesquisa Nacional de Saúde 2019 é realizada
pelo IBGE em convênio com o Ministério da Saúde. A coleta dos dados foi
efetuada entre 26 de agosto de 2019 e 13 de março de 2020. As informações são
usadas para subsidiar a elaboração de políticas públicas nas áreas de promoção,
vigilância e atenção à saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).
Fonte: Agencia Brasil
Foto: Divulgação
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