Estudantes brasileiros melhoram desempenho em matemática
Resultados não foram tão bons em língua portuguesa
Os
estudantes brasileiros melhoraram o desempenho em matemática em todas as etapas
de ensino, de acordo com os resultados do Sistema de Avaliação da Educação
Básica 2019, a maior avaliação educacional do país, divulgados hoje (15) pelo
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Os resultados, no entanto, não foram tão bons em língua portuguesa. Após
avanços desde 2003, o 5º ano do ensino fundamental ficou estagnado entre 2017 e
2019.
Em matemática, o maior avanço foi no ensino
médio. As notas médias dos estudantes passaram de 270, em 2017, para 277 no ano
passado. O avanço foi suficiente para tirar o ensino médio do Brasil do nível 2
de proficiência e colocá-lo no nível 3, em uma escala que vai até 10. No nível
3, é esperado, por exemplo, que estudantes consigam resolver problemas
utilizando operações fundamentais com números naturais, ou seja, subtrair,
somar, dividir e multiplicar para resolver problemas.
Nas edições anteriores da avaliação, em 2013 e
2015, o desempenho desses estudantes caiu. Em 2017, começou a subir e, em 2019,
teve a maior alta dos últimos anos, igualando-se ao avanço entre 1995 e 1997.
No 5º ano do ensino fundamental, o avanço foi
menor. Em média, os estudantes passaram de um desempenho de 224 para 228. O
aumento, entretanto, também foi suficiente para que o país avançasse do nível 4
para o nível 5 de proficiência, em uma escala que vai até 10. Isso quer dizer
que os estudantes são capazes, por exemplo, de converter mais de uma hora
inteira em minutos ou converter uma quantia dada em moedas de 5, 25 e 50
centavos e 1 real em cédulas de real, que são habilidades esperadas no nível 5.
No 9º ano do ensino fundamental, o desempenho
médio dos estudantes passou de 258 para 263. A etapa segue no nível 3 de 9
níveis de proficiência.
Apesar dos avanços, o país ainda tem uma baixa
porcentagem de estudantes nos níveis mais altos de proficiência em matemática.
Ao terminar o ensino médio e deixar a escola, menos de 5% dos estudantes do
país atingem proficiências 7 ou maior em matemática.
Entre os estados, a diferença da proficiência
média do Amazonas, que é a mais baixa, e a do Espírito Santo, que é a mais
alta, é de 51,8 pontos. Isso significa pelo menos uma diferença de quase três
anos de aprendizagem entre os estudantes desses dois estados, uma vez que um
ano de aprendizagem equivale, segundo pesquisadores, de 12 a 18 pontos no
Saeb.
Língua portuguesa estagnada
O Saeb mede também o desempenho dos estudantes
em língua portuguesa. Os resultados mostraram que após uma sucessão de altas,
desde 2003, em média, os estudantes do 5º ano do ensino fundamental ficaram
estagnados, obtiveram a mesma nota 215, em 2017 e 2019. Isso os coloca no nível
4 de 9 de proficiência. No 9º ano do ensino fundamental, o desempenho médio
passou de 258 para 260, mantendo os estudantes no nível 4 de 8 níveis.
O ensino médio teve, também em língua
portuguesa, o maior avanço, passando de 268 para 278. O aumento no desempenho
faz com que, em média, o Brasil passe do nível 2 para o nível 3 de
proficiência, de um total de 8 níveis. Ainda assim, isso significa que, no
geral, os brasileiros deixam a escola sem saber, por exemplo, identificar
ironia em poemas e artigos ou reconhecer a finalidade de reportagens, resenhas
e artigos, ambas habilidades esperada no nível 7.
O Saeb é aplicado a cada dois anos, em escolas
públicas e privadas. Participaram da edição de 2019 mais de 5,6 milhões de
estudantes de mais de 72 mil escolas em todas as unidades da federação.
Os resultados de aprendizagem dos estudantes,
apurados no Saeb, juntamente com as taxas de aprovação, reprovação e abandono,
apuradas por meio do censo escolar, compõem o Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica (Ideb), o principal indicador de qualidade da educação
brasileira.
Os resultados do Saeb também foram divulgados nesta terça-feira.
Fonte: Agencia Brasil
Foto: Wilson Dias
Nenhum comentário