Aline Pellegrino quer mapear realidade do futebol feminino
Coordenadora da CBF também planeja diálogo direto com clubes
Responsável pela coordenação de
competições femininas da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), novo cargo
da entidade, Aline Pellegrino quer entender a realidade de cada uma das
federações do país. Segundo a ex-zagueira e capitã da seleção brasileira,
adotar uma mesma estratégia para impulsionar a modalidade nos diferentes
estados seria contraproducente.
"Eu tenho feito uma analogia com os
campeonatos, em que temos as divisões. Talvez, precisemos dividir as
federações, cada uma no seu momento, quais delas se aproximam. A ideia seria
mapear bem as 27 federações e entender como a CBF pode se aproximar delas,
conhecer os processos e pensar junto em estratégias. Se cada uma avançar
naquilo que tem de melhor, com certeza o todo avança", disse Aline,
nesta terça-feira (8), durante entrevista
coletiva por videoconferência, que marcou a despedida dela da Federação
Paulista de Futebol (FPF), na qual atuou desde 2016.
"Acho que antes delas [federações]
entenderem o que a confederação quer, a gente precisa entender o que elas
querem e podem. Como pensam o futebol feminino? Sabemos das realidades
diferentes e que há limitações. Obviamente, nem tudo a gente conseguirá suprir,
então, tem que explicar o porquê e trabalhar junto para que, daqui a um ou dois
anos, isso seja possível", completou.
Na CBF, Aline será responsável pelos
Campeonatos Brasileiros femininos sub-16 e sub-18, além das divisões nacionais
adultas (Séries A1 e A2). Apesar de alguns elencos terem atletas com carteira
assinada, a dirigente entende que a profissionalização das competições
propriamente ditas é questão para outro momento.
"A gente busca [oferecer] a atividade
diária profissional às atletas e que elas tenham estrutura. Na profissionalização,
quando se pensa de forma macro, a gente fala de jogos com venda de ingressos,
com Estatuto do Torcedor, e isso aumenta muito a régua. Precisamos entender se
os clubes que disputam estão preparados para isso. A gente não precisa ter pressa.
Precisamos construir de forma sólida. A nossa legislação fala em futebol
profissional e amador. É difícil falar às pessoas que há um
semi-profissionalismo", explicou a ex-zagueira.
"Precisamos ter muito cuidado e
entender o que queremos primeiro. Se queremos [que as jogadoras tenham] uma
carteira profissional, que sejam bem assistidas, com planos de saúde e bons
campos de treino, a gente, não necessariamente, precisa dar um passo
maior", emendou.
Na segunda-feira (7), Aline acompanhou a
vitória do Corinthians por 4 a 1 sobre o Cruzeiro, no Parque São Jorge, na
conclusão da sétima rodada da Série A1 do Brasileiro Feminino. Na ocasião, a
dirigente esteve com as responsáveis pela modalidade nos dois clubes: Cris
Gambaré, do Timão, e Bárbara Fonseca, da Raposa.
"A conversa com a Bárbara foi muito
importante, assim como será com outros clubes. Vou tentar rodar o máximo
possível, estar pessoalmente com as equipes, no campo de jogo, e com os
gestores. Estou no cargo para somar, buscar um legado além da parte operacional.
É levar a realidade do futebol feminino [à confederação], fazer esse link
com clubes e federações, como cada um caminha na estrutura que tem",
concluiu Aline.
Fonte: Agencia Brasil
Foto: Lucas Figueiredo
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