Os 13 anos da Lei Maria da Penha; conheça Débora Mafra, a defensora das mulheres





 Conhecida em Manaus por ser ativamente empenhada no combate aos crimes praticados contra a mulher, Débora Cristina Pereira Mafra, sempre sonhou em ser delegada ou juíza. Foi professora do maternal, dona de casa, e aos 30 anos ingressou na faculdade de Direito. É mãe e um exemplo de que nunca é tarde para estudar e realizar os próprios sonhos.

 Neste mês de agosto, que se completa 13 anos da criação da Lei Maria da Penha, a delegada Débora Mafra, membro da Associação de Delegados de Polícia do Estado do Amazonas (ADEPOL-AM), que hoje é titular da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DECCM), abriu a porta de sua casa e contou sobre sua trajetória de vida, como entrou na Polícia Civil do Amazonas e como chegou ao cargo de delegada.

 Natural de Osasco, São Paulo, Mafra casou-se jovem, com apenas 17 anos. Aos 22 anos se tornou professora de uma escola da rede particular em Sorocaba (SP) e depois se mudou para Manaus. Com 30 anos, após o divórcio, Débora resolveu fazer faculdade. Ela escolheu direito, concluiu e depois prestou concurso público para escrivã da Polícia Civil, em 2001.








 “Depois do divórcio eu me vi em uma situação de que não tinha feito nada, o magistério me ajudou muito, mas eu depois eu vi que não era ninguém, não tinha faculdade e nem sabia dirigir. Então aos 30 anos ingressei no curso de Direito, fiz auto-escola e depois estudei para o concurso da polícia, sendo aprovada para escrivã”, relembrou.


 Caso de amor

 

 

 

 

 Durante seu tempo na polícia como escrivã conheceu Jander Mafra, seu futuro esposo. Na época Jander era investigador da polícia e estudava para o concurso de delegado. Segundo Débora Mafra, seu desejo de ser delegada ou juíza cresceu  e também resolveu estudar, pedindo ajuda de Jander, com aulas particulares.

 “Ele é formado em letras e eu estava a procura de uma pessoa para me avaliar. Me indicaram ele, nunca havia ouvido falar dele, então começamos a conversar, ele me convidou para estudar junto e começou a paquera, depois namoramos e alguns anos depois nos casamos”, explicou Mafra.


 De escrivã para delegada

 Após nove anos no cargo de escrivã, Mafra passou no concurso de delegada e se juntou aos “Deltas” da PCAM. Atuou por dois anos na Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), foi titular da DECCM – ANEXO, no bairro Cidade de Deus, Zona Norte de Manaus, e depois seguiu para a titularidade da DECCM no Parque 10.


 Crimes contra a Mulher

 

 

 

 

 Na DECCM foi onde a delegada se identificou mais com a profissão. Mulheres vítimas de violência do homem chegam a todo instante na unidade policial e todas são atendidas pessoalmente pela delegada, que faz questão de atendê-las e dar seguimento nas investigações. Segundo ela, é gratificante solucionar crimes contra a mulher e ver quando elas se desfazem do ciclo de violência doméstica.

 No dia 7 de agosto de 2019, a Lei Maria da Penha completa 13 anos de criação. De acordo com Débora Mafra, a Lei trouxe esperança para todas as mulheres do Brasil, que antes era vítimas da violência, mas que não tinham um legislação dura contra os agressores. Mafra destacou a importância da Lei e de sua paixão em defesa das mulheres.

 “Antes não havia uma lei dura, o agressor batia, espancava, matava, era preso, mas pagava com cesta básica ou uma multa e saía da cadeia rindo da cara própria mulher, dizendo que voltaria a cometer os mesmo crimes. Então essa Lei é muito importante e me identifico com ela porque gosto de defender as mulheres, gosto do meu trabalho e vou até o fim para ajudá-la”, contou.



Fonte: Adepol
Foto: Divulgação

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