Estudo alerta para baixo desempenho dos formados
Seis de cada dez ingressantes em cursos de
formação inicial de novos professores estudam por meio de educação a distância
(EAD). A maioria dos futuros docentes fazem esses cursos em redes privadas de
ensino (53%). Entre 2010 e 2017, o crescimento de alunos de magistério com
formação não presencial em faculdades particulares cresceu 162%.
Esses dados foram contabilizados pela
organização não governamental (ONG) Todos pela Educação no estudo “Estatísticas
de ensino superior sobre formação inicial de professores no Brasil”, a partir
dos registros do Censo de Educação Superior, apurados pelo Inep/MEC em 2017.
Conforme a análise, em oito
anos, a quantidade de ingressantes em cursos voltados à docência reverteu entre
as modalidades presencial e a distância. Em 2010, 151 mil alunos
iniciantes eram de cursos EAD (34% do total). Em 2017, o volume era de 387 mil
(61%). Já na modalidade presencial, a queda foi de 292 mil em 2010 ingressantes
(66% do total) para 251 mil ingressantes (39%).
No mesmo período, o crescimento
do número de alunos de curso de formação de professores em educação a distância
é maior do que o verificado nos demais cursos. Em 2010, 13% dos alunos de
cursos superiores (excetuados os de formação em magistério) faziam na
modalidade a distância. Em 2017, a proporção era menos de um terço (27%), trinta e
quatro pontos percentuais abaixo do verificado nos cursos de formação de
professores.
Concluintes e qualidade dos cursos
Setenta e dois por cento dos concluintes dos
cursos de formação de professores são da rede privada e 28% da rede pública de
ensino superior. A maioria dos formados ainda são da modalidade presencial
(57%). Quarenta e três por cento dos concluintes fizeram cursos EAD. De cada
100 alunos formandos em magistério de cursos a distância, 93 estudaram em
instituições privadas.
Além de matrículas e de
formandos, a ONG avaliou os dados sobre o desempenho dos formados em cursos
voltados à docência no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade),
também do Inep/MEC. De acordo com a análise, os ex-alunos de formação a
distância se saem pior do que seus colegas de formação presencial.
Três quartos dos formados por EAD (75%) têm
notas inferiores a 50 (valor máximo de 100). Entre os formados em educação
presencial, os percentuais de baixo desempenho é dez pontos percentuais menor
(65%).
A apresentação da avaliação da
pesquisa assinala que “a grande maioria dos cursos de formação inicial para
professores precisa de melhorias significativas.
Ainda assim, é possível notar que os cursos da
modalidade EAD possuem indicadores de qualidade pior”.
Fonte:
Agência Brasil
Foto: Sumaia Vilela
Tags
Educação