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Ministério do Comércio da China anunciou que empresas do país suspenderam a
compra de produtos agrícolas dos Estados Unidos. A medida é uma resposta ao
anúncio do presidente americano, Donald Trump, sobre novas taxas a importações
chinesas.
Segundo o ministério, a China também não
descarta a possibilidade de impor tarifas adicionais aos produtos agrícolas
importados dos Estados Unidos.
Não foram divulgados mais detalhes sobre essa
possível sobretaxa. No comunicado, Pequim afirmou que espera que os Estados
Unidos cumpram sua promessa e criem as condições necessárias para a cooperação
bilateral.
A paralisação nas compras ocorreu alguns dias
depois de Trump anunciar novas sobretaxas de 10% sobre outros 300 bilhões de
dólares em produtos importados da China, acirrando a guerra comercial entre os
dois países. O presidente justificou a decisão alegando que os dirigentes de Pequim
não cumpriram, entre outros, promessas de aumentar significativamente o volume
de compras de produtos agrícolas dos EUA.
As novas tarifas atingem as importações que
haviam sido poupadas até agora pelos EUA e se unem às sobretaxas de 25% já
impostas sobre 250 bilhões de dólares em produtos importados da China, país que
exporta 500 bilhões de dólares em bens para os Estados Unidos anualmente.
O Ministério do Comércio chinês afirmou que as
novas tarifas americanas representam uma "séria violação" na guerra
comercial travada entre as duas maiores economias do mundo.
A resposta chinesa atinge em cheio os
agricultores americanos que já tiveram uma grande redução nas vendas para o
país asiático com o conflito.
Guerra comercial
Antes da guerra comercial, em 2017, a China
comprou produtos agrícolas no valor de 19,5 bilhões de dólares dos Estados
Unidos. Os principais produtos foram soja, laticínios, sorgo e suínos. Em 2018,
o volume de importação americanas para o país asiático caiu para 9,1 bilhões de
dólares.
O presidente da Federação Americana de
Agricultores, Zippy Duvall, disse que o anúncio chinês é um "golpe para
milhares de agricultores que estão lutando para sobreviver".
As tensões entre EUA e China têm raízes no
desequilíbrio da balança comercial a favor do país asiático, que exporta 419
bilhões de dólares a mais do que importa, o que, segundo Trump, acontece devido
a injustas práticas comerciais do gigante asiático.
Os dois países continuam negociando uma forma
de resolver a guerra comercial aberta pelo presidente americano. Fases de
progresso e desastre têm se alterado ao longo das negociações.
Em maio, as conversas pareciam ter entrado em colapso,
mas ganharam um impulso depois da reunião entre Trump e presidente da China, Xi
Jinping, durante a cúpula do G20, no Japão.
As conversas da semana passada, porém, foram
suspensas e serão retomadas no início de setembro.
Fonte:
Agencia Brasil
Foto:
Tânia Rego
Tags
Política