A União Europeia (UE) saudou nesta terça-feira (23)
os progressos nas negociações sobre a criação de um mecanismo de distribuição
provisória de migrantes resgatados no Mediterrâneo.
"A
Comissão Europeia está pronta para fornecer apoio financeiro e operacional aos
Estados-membros", disse a porta-voz da Comissão, Natasha Bertaud, em
Bruxelas, acrescentando que foi feito "um passo na direção certa".
Durante uma
reunião entre representantes da UE na noite de segunda-feira em Paris, 14
nações do bloco concordaram "em princípio" com a proposta da Alemanha
e França para um novo mecanismo de distribuição dos refugiados do Mediterrâneo.
Segundo o
presidente francês, Emmanuel Macron, oito dessas nações prometeram assumir uma
"participação ativa": Portugal, Luxemburgo, Finlândia, Lituânia,
Croácia e Irlanda, além de Alemanha e França. Macron não especificou quais são
os outros países que concordaram "em princípio" com a proposta.
Berlim e
Paris estão tentando convencer seus parceiros europeus sobre um mecanismo de
distribuição de migrantes resgatados no Mediterrâneo, visando ajudar os
Estados-membros da linha de frente, Itália e Malta, banhados pelo mar.
Apesar de 14
países apoiarem a proposta, as negociações em Paris não avançaram como
desejado, em parte devido à oposição dos governos italiano e maltês.
O ministro
do Interior da Itália, Matteo Salvini, classificou de "fracasso" a
reunião de segunda-feira, "desejada pelos franceses e alemães",
afirmando que no encontro fora apenas repetido o mantra de "que a Itália
deve continuar a ser o campo de refugiados da Europa".
O governo
populista de Roma se opõe à sugestão de que barcos com migrantes resgatados
desembarquem na Itália ou em Malta, antes de os passageiros serem distribuídos
para outros países da UE. Em vez disso, ele quer que refugiados também
desembarquem em outros portos como, por exemplo, na França.
O gabinete
de Salvini já havia expressado preocupação de que outros países-membros só
queiram aceitar pessoas com perspectivas reais de obter direito a refúgio,
deixando Itália e Malta com migrantes econômicos que seriam difíceis de
repatriar.
Macron, por
sua vez, insistiu na segunda-feira que todos os desembarques deveriam ocorrer
no porto seguro mais próximo – o que, no Mediterrâneo central, geralmente
significaria Itália ou Malta.
No mesmo
dia, Salvini afirmou que a Itália "continua de cabeça erguida" e que
"não recebe ordens", ao responder a alegadas críticas de Macron de
que ele sequer compareceu às discussões informais com os colegas, ministros do
Interior e do Exterior da UE. "Se Macron gosta de falar sobre migrantes,
ele deveria vir a Roma", desafiou o italiano.
Fonte:
Agência Brasil
Foto:
Divulgação
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