A equipe de automação naval e submarina Nautilus,
formada em sua maioria por alunos de engenharia da Escola Politécnica da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (Poli-UFRJ), viaja no próximo dia 23
para os Estados Unidos, onde vai representar o Brasil na Robosub 2019. O
campeonato internacional de Veículos Submarinos Autônomos (AUVs, do nome em
inglês) será realizado entre os dias 29 de julho e 4 de agosto, na cidade de
San Diego, Califórnia. Esta é a terceira vez que o evento receberá a equipe da
UFRJ, que é também o único grupo da América Latina a participar do certame.
O professor do curso de Engenharia de
Automação e Controle da Escola Politécnica, também coordenador da equipe,
Cláudio Miceli, disse à Agência Brasil que, no ano passado, a equipe
ficou entre as 20 melhores da competição. “A gente tem todas as condições de
repetir o desempenho do ano passado em termos de projeto e do robô mesmo e até
buscar um resultado melhor”.
O objetivo da equipe Nautilus este ano é ficar
entre as 15 melhores, repetir o resultado de melhor equipe da América Latina e
buscar algum prêmio adicional, seja em termos de projeto ou apresentação.
Miceli admitiu que é um desafio muito grande, porque o orçamento, frente aos
concorrentes, é muito limitado.
Apoio
Atualmente, a equipe não tem apoio financeiro,
mas apenas suporte de peças e recursos computacionais, cedidos por empresas. A
maior parte do apoio vem da Escola Politécnica; da Marinha, que cede o espaço
para a realização de testes do robô; e dos próprios alunos que economizam para
poder participar do evento. “Nossa luta é buscar patrocínio”, disse Miceli, que
já está conversando com algumas empresas potenciais para financiar a
iniciativa.
Somente os gastos com as inscrições na Robosub
2019, passagens, alimentação e hospedagem dos integrantes da Nautilus, além do
pagamento de sobrepeso nos aeroportos devido ao tamanho do robô, chegam a R$ 80
mil. Miceli acrescentou que para manter o projeto ao longo do ano, incluindo
compra de materiais, são necessários R$ 200 mil. O montante é inferior ao
orçamento disponibilizado por algumas equipes estrangeiras, que atingem até US$
200 mil.
Visando a participação em 2020, a Nautilus
está adotando uma estratégia mais cautelosa este ano, para melhorar o que já foi
conquistado e, no ano que vem, tentar uma estratégia mais inovadora e robusta,
ressaltou o professor.
Incentivo
O capitão da equipe Nautilus, Henrique
Ferreira Júnior, aluno do 7º período de Engenharia de Controle e Automação da
Poli-UFRJ, ressaltou que a Robosub é a maior competição de AUVs do mundo, e
destina-se a incentivar o interesse de estudantes de engenharia no campo dos
AUVs. Da equipe completa participam 40 estudantes de ambos os sexos de vários
cursos da UFRJ, além de engenharia, mas apenas nove viajarão para os Estados
Unidos, incluindo uma estudante.
Nos primeiros cinco dias da competição,
ocorrem as etapas classificatórias e, no sábado (3), as semifinais. No domingo
(4), dia de encerramento do concurso, acontece a grande final. No ano passado,
a equipe vencedora recebeu prêmio no valor de US$ 7 mil.
A competição reuniu, em 2018, 50 equipes de 10
países. Este ano, foram efetivadas quase 60 inscrições. As provas apresentam
desafios como lançamento de torpedos e manipulação física de objetos, que
exigem que as partes mecânica, eletrônica e computacional do robô estejam
funcionando em perfeita harmonia.
Na disputa de 2018, a Nautilus teve um
problema com o Departamento de Segurança dos Estados Unidos devido ao tamanho
do robô. Este ano, os estudantes vão levar as peças do robô separadas, que
serão montadas no local da competição.
Aplicações
Segundo o capitão da equipe Nautilus, que se
forma engenheiro no final de 2020, são muitas as aplicações que um veículo
submarino autônomo (AUV) pode ter na indústria, desde a área militar de
desarmamento de minas submarinas, até a indústria de petróleo, para inspeção de
dutos submarinos. “O AUV traz um ganho enorme”, afirmou. Os estudantes estudam
a criação, depois de formados, de alguma empresa para desenvolvimento de
projetos de AUVs.
Fonte:
Agência Brasil
Foto: Divulgação
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Educação