Investidores já enxergam o Brasil de uma maneira diferente, diz Araújo
O ministro
das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou que o acordo comercial
entre Mercosul e União Europeia, anunciado na semana passada, já começa a
produzir resultados positivos, apesar de ainda precisar ser ratificado
por cada um dos 32 países envolvidos.
"Mesmo
antes da entrada em vigor do acordo, que deve levar algum tempo, já
estamos começando a detectar impacto muito positivo em termos de atração
de investimentos. Os investidores já enxergam o Brasil de uma maneira
completamente diferente e já vão começar a se posicionar aqui em função
desse acesso preferencial que nós ganhamos ao mercado europeu", afirmou o
chanceler ontem (4), durante live semanal com o presidente Jair
Bolsonaro no Facebook.
O ministro
disse também que pretende acelerar a vigência do acordo, pelo lado
brasileiro, assim que ele for aprovado pelo Congresso Nacional.
"Vamos
tentar que, dentro do Mercosul, a gente tenha um arranjo para que possa
entrar em vigor assim que for aprovado em cada um dos parlamentos do
bloco. Do lado da União Europeia não é possível essa entrada individual,
mas do nosso lado é possível, vamos trabalhar para que isso possa ser
feito dessa maneira, para que essas vantagens comecem a resultar o mais
rapidamente possível", acrescentou.
O acordo
cobre temas tanto tarifários quanto de natureza regulatória, como
serviços, compras governamentais, facilitação de comércio, barreiras
técnicas, medidas sanitárias e fitossanitárias e propriedade
intelectual. Segundo os termos anunciados, produtos agrícolas de grande
interesse do Brasil terão suas tarifas eliminadas, como suco de laranja,
frutas e café solúvel. Os exportadores brasileiros obterão ampliação do
acesso, por meio de quotas, para carnes, açúcar e etanol, entre outros
produtos. O acordo também reconhecerá como distintivos do Brasil vários
produtos, como cachaças, queijos, vinhos e cafés.
As empresas
do país serão beneficiadas com a eliminação de tarifas na exportação de
100% dos produtos industriais. A indústria europeia também terá as
tarifas eliminadas para vendas ao Mercosul, mas de forma escalonada ao
longo dos anos. O acordo garantirá ainda acesso efetivo em diversos
segmentos de serviços, como comunicação, construção, distribuição,
turismo, transportes e serviços profissionais e financeiros. Em compras
públicas, empresas brasileiras obterão acesso ao mercado de licitações
da União Europeia, estimado em US$ 1,6 trilhão. Os compromissos
assumidos também vão agilizar e reduzir os custos dos trâmites de
importação, exportação e trânsito de bens, segundo o governo federal.
Fonte: Agência Brasil
Foto:Marcello Camargo
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