O ex-ministro do Exterior britânico Boris Johnson
foi eleito nesta terça-feira (23) como sucessor da premiê Theresa May na
liderança do Partido Conservador e, por consequência, será o novo chefe de
governo do país.
Johnson
superou o atual ministro do Exterior, Jeremy Hunt, ao final de uma votação
realizada nas últimas quatro semanas, entre 160 mil afiliados da legenda.
Durante a campanha, Johnson prometeu obter sucesso nos pontos em que May falhou
e levar o Reino Unido para fora da União Europeia (UE) em 31 de outubro, com ou
sem acordo.
Vários
ministros conservadores do gabinete de May anunciaram preferir a renúncia a
colaborar com um governo que vise um chamado Brexit duro, resultado que,
segundo economistas, pode levar ao colapso o comércio do Reino Unido e
mergulhá-lo numa recessão. Entre eles, o ministro da Economia, Philip Hammond,
e o chefe da pasta da Justiça, David Gauke.
May
renunciou em 7 de junho deste ano, depois que o Parlamento britânico rejeitou
repetidamente o acordo de retirada da UE que ela acertou com o bloco europeu.
Johnson insiste que conseguirá levar a UE à renegociação do pacto do Brexit –
algo que o bloco insiste que não fará –, caso contrário, ele diz estar disposto
a retirar os britânicos da UE "aconteça o que acontecer".
O novo
primeiro-ministro presidirá uma Câmara dos Comuns na qual a maioria dos membros
se opõe a deixar a UE sem um acordo e onde o Partido Conservador não possui uma
maioria absoluta.
A troca
oficial de primeiros-ministros está prevista para esta quarta-feira, quando May
vai ao Palácio de Buckingham, comunicar formalmente sua demissão à rainha
Elizabeth 2ª e informar que seu partido tem um novo líder.
Depois, o novo premiê vai ao palácio, para
uma audiência com a chefe de Estado, antes de se mudar para a residência
oficial de Downing Street para começar a nomear seus ministros.
O jornal
francês Libération diz, em editorial publicado nesta terça-feira, que
Boris Johnson é, depois dos presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro, e dos
Estados Unidos, Donald Trump, o terceiro "doido do cenário
internacional" a "assumir os destinos de um velho e grande
país".
Antes de
ocupar o cargo de ministro do Exterior entre 2016 e 2018, Johnson foi prefeito
de Londres de 2008 a 2016.
Fonte:
Agência Brasil
Foto: Divulgação
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Política