Brasil pede explicações à China sobre frango supostamente contaminado
Segundo ministério, embalagens congeladas não transmitem covid-19
O Ministério da Agricultura
pediu hoje (13) à China explicações sobre a suposta contaminação de
um lote de frango congelado brasileiro com o novo coronavírus. Em nota, a pasta
informou que ainda não foi notificada oficialmente pelo governo chinês e que
trata o assunto como “suposta detecção” de covid-19.
Segundo o comunicado, a única notícia sobre a
contaminação de um lote de frango partiu da prefeitura de Shenzhen, na
província de Guangdong. De acordo com a autoridade sanitária da cidade,
material genético do novo coronavírus foi detectado na superfície de uma
amostra de asa de frango congelada. Outras amostras do mesmo lote, vindas do
Brasil, foram analisadas, com resultado negativo.
“Ainda na noite de ontem, após notícia
veiculada na imprensa chinesa, o Mapa [Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento] consultou a Administração-Geral de Aduanas da China, buscando as
informações oficiais que esclareçam as circunstâncias da suposta contaminação”,
destacou a pasta em nota.
Protocolos rígidos
Citando a Organização das Nações Unidas para a
Agricultura e a Alimentação (FAO) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), o
Ministério da Agricultura ressaltou que não há comprovação científica de
transmissão de covid-19 por meio de alimentos congelados ou de embalagens de
alimentos congelados.
O ministério assegurou que todos os produtos
fiscalizados pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF) são submetidos a protocolos
rígidos de controle sanitário. “O Mapa reitera a inocuidade dos produtos
produzidos nos estabelecimentos sob SIF, visto que obedecem a protocolos
rígidos para garantir a saúde pública”, ressaltou o texto.
Setor privado
O setor privado também analisa as informações
vindas da cidade chinesa. Em nota, a Associação Brasileira de Proteína Animal
(ABPA) cobrou informações sobre o momento em que teria ocorrido a contaminação.
“Ainda não está claro em que momento houve a eventual contaminação da
embalagem, e se ocorreu durante o processo de transporte de exportação”,
afirmou no comunicado.
A associação informou que avalia o alerta,
mas, assim como o Ministério da Agricultura, destacou não haver provas de que
carnes congeladas transmitam a doença.
“A ABPA reitera que não há evidências
científicas de que a carne seja transmissora do vírus”, destacou a nota,
citando, além da OMS e da FAO, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Fonte: Agencia Brasil
Foto: Divulgação
Nenhum comentário