Manaus - Fenômeno que conquistou as rádios no final dos anos 90, vendeu milhões de discos, lotou shows e teve a trajetória interrompida no auge da carreira, em 1996, em trágico acidente aéreo em São Paulo, ainda tem fãs de todas as idades. Mamonas Assassinas se eternizou no coração dos amazonenses. Após 24 anos, admiradores relembram o estilo inovador e cômico da banda.
O sucesso meteórico que o grupo conquistou, em menos de um ano de carreira, é celebrado décadas depois, sendo capaz de movimentar multidões e animar até a mais difícil plateia. A banda amazonense Rahvox confirmou esse fato em 2010, quando realizou o primeiro especial em homenagem aos Mamonas Assassinas.
Kalil Menta, guitarrista da Rahvox, afirma que se orgulha da escolha. “Foi mágico. Eles têm uma energia forte e pude sentir a alegria que a memória do grupo causou no público, é algo inexplicável’’.
Após a boa recepção, a banda decidiu incorporar Mamonas Assassinas no repertório. Kalil conta que sempre causa euforia. “É praticamente impossível alguém não conhecer as canções, e é muito divertido para nós também. Tem momentos que até a banda não consegue segurar as gargalhadas’’.
O grupo busca manter o carisma e a simplicidade que os Mamonas Assassinas levavam ao palco e enlouqueciam os fãs. Kalil revela que a banda também teve influência na sua própria trajetória. “Foi a primeira distorção de guitarra que ouvi na vida, é algo para se inspirar’’.
Herança
Os pais do amazonense Renato Martins são grandes fãs dos Mamonas Assassinas, e o filho cresceu ouvindo as canções deles.
Com 28 anos, o técnico de informática também é músico nas horas vagas e compartilha que a banda teve participação nisso.
“Sou fã desde sempre, por influência dos meus pais. Eu tinha mais ou menos 5 anos quando ocorreu o acidente de avião que eternizou o grupo, e foi um momento de muita comoção. Aprendi a tocar violão por diversão, para interpretar as canções dos Mamonas ’’, relembra Renato.
Na época, o acidente foi noticiado em todos os meios, e o caso chocou o Brasil. “Lembro que primos meus choraram a morte deles, e eu fiquei bem triste, foi algo que abalou muito’’.
Após o infeliz episódio, o grupo continuou presente na vida de Renato, e o inspirou a aprender a tocar violão. “A música é algo muito diferente de tudo que já fizeram, não tem nada que se compare”.
Rebeldia
O sucesso dos Mamonas Assassinas para a manauara Vivian Diniz, de 29 anos, que acompanhou a carreira do grupo, esteve muito relacionado com a irreverência e inovação que eles propuseram. “Era uma espécie de rebeldia coletiva, apesar das composições fortes, as crianças adoravam cantar, e ninguém achava isso grande coisa’’.
Faixas como “Robocop Gay’’, “Vira-Vira’’ e “Pelados em Santos’’ tocavam em todos os lugares, e todo mundo sabia as letras, afirma Vivian. “Um tio meu passava o dia gravando as músicas direto da rádio numa fita cassete’’.
A memória que eles deixaram para as próximas geração, conforme diz Vivian, foi o legado de alegria e descontração. “Para quem viveu os tempos de ouro, o que restou foi saudades’’.
Utopia
O grupo nasceu em 1990 e foi chamado originalmente de Utopia, performando misturas de pop rock com gêneros populares brasileiros. A banda só recebeu o nome de Mamonas Assassinas cerca de 5 anos depois, quando adotaram o gênero de rock cômico em suas performances.
O único álbum gravado, “Mamonas Assassinas’’, foi lançado em junho de 1995 e vendeu mais de 3 milhões de cópias no Brasil, ganhando o certificado de disco de diamante. A carreira do grupo durou pouco menos de 1 ano, e, em 2 de março de 1996, um acidente aéreo fatal ocasionou a morte de todos os integrantes.
A banda se eternizou nas músicas e no perfil alegre que exibiam nas performances, e, quase 30 anos depois, ainda é lembrada e homenageada com documentários, reprises e covers.
Fonte: Em Tempo
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