Covid-19, tuberculose e H1N1 atingem o AM ao mesmo tempo - AMAZON NEWS NO AR

Covid-19, tuberculose e H1N1 atingem o AM ao mesmo tempo

Muita gente diz que agora tudo o que se fala na mídia é sobre a pandemia de Covid-19, que já matou mais de 3,6 mil pessoas no Brasil, em pouco mais de dois meses. Mas a verdade é que ainda há outras doenças que podem causar insuficiência respiratória, dentre elas, a tuberculose e a H1N1. Veja como está a situação dessas doenças, saiba diferenciá-las e conheça os tratamentos.
Segundo a fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), de janeiro a março de 2019, foram registrados 589 casos de tuberculose no Estado. Destes, 429 foram em Manaus. Já os casos de síndrome respiratória aguda grave, de outubro de 2019 a março de 2020, somaram 618 registros no Amazonas.
Sobre a Covid-19, dados são divulgados diariamente pela FVS-AM, até a última sexta-feira (24), eram 3.194 infectados no Estado. As mortes já somam 255. A pandemia de coronavírus terá seu maior pico desta segunda semana de abril até a metade do mês de maio, segundo o governo estadual.
O que é cada uma
Silvia Fonseca, médica infectologista do grupo Hapvida, explica que as três doenças têm algo em comum: todas atingem o pulmão. No entanto, a Covid-19 e a H1N1 são mais parecidas, enquanto a tuberculose é a mais diferente.
"A semelhança entre a Covid-19 e a H1N1 é que ambas são infecções agudas, ou seja, podem vir muito rápido, já com vários sintomas. Além disso, as duas podem causar síndrome gripal, com febre e dores pelo corpo, cabeça e articulações", afirma a profissional.
Ela lembra que as duas doenças podem ou já causaram pandemias pelo mundo. Um tipo de H1N1 foi o responsável, inclusive, pela maior pandemia da história. A chamada Influenza, mas também conhecida como 'gripe espanhola', matou mais de 50 milhões de pessoas no mundo, em 1918.
Já a Covid-19 atualmente assola todos os países do globo e já matou, desde o seu surgimento em dezembro de 2019, mais de 190 mil pessoas, até a última sexta-feira (24). Outros dois milhões estão infectados, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). 
Quanto à tuberculose, a infectologista diz que a doença pode demorar mais para se manifestar em quadro grave. "A pessoa pode ter pelo menos duas semanas de febre, tosse e emagrecimento". 
Segundo ela, a tuberculose é mais sujeita a pessoas que trabalham muito, se alimentam mal e pouco, assim como as que ficam muito confinadas se não dormem bem. Além disso, quem convive com uma pessoa com a doença pode vir a desenvolve-la também.
"Outro ponto é que a tuberculose não causa pandemia. Ela é endêmica, ou seja, está apenas em algumas partes do planeta. E geralmente é mais presente nos países mais pobres e mais rara nos ricos", diz a profissional.
Ela afirma que no Brasil, um país emergente, a tuberculose costuma variar por região e ser forte nas mais pobres. 
Tratamento
A tuberculose tem um tratamento mais longo, que pode durar até seis meses. É feito com medicamento receitado e acompanhado por médico. A mesma coisa no caso da H1N1 e gripes similares, que também têm tratamento, sendo este a base de um medicamento chamado tamiflu, vendido apenas com receita. 
"Para a Covid-19 ainda não temos vacina ou remédio comprovadamente eficaz, embora esteja se falando da cloroquina. É preciso lembrar que esse tratamento só está acontecendo com acompanhamento médico", comenta especialista.
A cloroquina vem sendo testada no Amazonas por pesquisadores da Fundação de Medicina Tropical. Resultados prévios foram, inclusive, divulgados no dia 6 de abril e deram conta de que o medicamento ajuda discretamente os pacientes, mas que em altas doses podia causar arritmia grave e levar à morte. O estudo segue em andamento.
Atendimento
A pandemia de Covid-19 veio e mudou a estrutura de muitos setores da sociedade. Educação economia e principalmente a saúde. Até mesmo o atendimento e o tratamento de doenças foi alterado na rede pública de saúde. 
Em nota para esta reportagem, a Secretaria de Saúde do Estado do Amazonas informou que o atendimento para pessoas com suspeita de H1N1 acontece normalmente na rede de urgência e emergência.
"Já os casos de tuberculose, o atendimento segue na rede básica (UBS) para diagnóstico e tratamento e, em caso de agravamento, o paciente deve procurar a rede de urgência e emergência", orienta a pasta.
Ainda sobre a tuberculose, a secretaria orienta que a Policlínica Cardoso Fontes, principal referência para casos complexos e de difícil diagnóstico de tuberculose resistente ou associada a outras comorbidades.
"A unidade está funcionando duas vezes por semana, às quartas e sextas-feiras, das 7h30 às 14h. Os pacientes estão recebendo medicamentos para 30 dias de tratamento, evitando assim o deslocamento excessivo para recebimento ou renovação de receita", informa a nota.
Prevenção
Para as três doenças, a médica infectologista sugere fazer o que ela diz ser chamado de 'etiqueta respiratória'. O nome representa os cuidados, de quem está gripado ou não, a serem tomados para evitar que uma doença se espalhe.
Se você estiver saudável, busque ficar longe de pessoas com sintomas gripais, use máscara ao sair de casa, evite contato com pessoas com tuberculose, durma bem, coma de forma saudável e prefira ambientes ventilados. Também se lembre de lavar as mãos.
"Caso esteja doente, se for espirrar ou tossir, proteja com a dobra do cotovelo. Além disso, use máscara para evitar passar a doença por gotículas. Por fim,  procure realizar o tratamento proposto por médico corretamente", afirma a infectologista.
Ela cita ainda outras duas formas de prevenção. "A tuberculose tem uma vacina que é dada às crianças, quando nascem, para evitar os casos graves. Já a H1N1 possui uma vacina para ser tomada todos os anos e evita essa e outras gripes", finaliza a médica.
Confira um infográfico com os principais sintomas da doença:
Fonte: Portal Em Tempo 

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