Mulher fez-se passar por rapaz para violar adolescentes que conhecia na Internet

Uma mulher britânica de 21 anos fez-se passar por um rapaz de 16 para agredir sexualmente cerca de 50 adolescentes, as mais novas com 14 anos, que conhecia na Internet.

A agressora, Gemma Watts, viajava de comboio pelo Reino Unido para conhecer as jovens, que acreditavam ter uma relação com um rapaz da mesma idade. Para se fazer passar por um rapaz, Gemma amarrava o cabelo comprido e usava um boné de beisebol, calças folgadas e uma camisola de capuz. Na Internet, dizia ser Jake Waton, de 16 anos.

Nas redes sociais e aplicações como o Instagram e o Snapchat, Gemma usou uma foto sua, disfarçada, para enganar raparigas de idades entre 14 e 16 anos.

Trocava mensagens com as vítimas e mandava-lhes fotografias íntimas

Gemma morava com a mãe numa casa em Enfield, no norte de Londres. Costumava partilhar nas redes sociais vídeos a andar de skate, usava gíria de adolescentes e elogiava as raparigas com mensagens simpáticas, chamando-as de "bebé" e outros nomes carinhosos.

A agressora trocava mensagens com as vítimas, incluindo fotografias íntimas, através de aplicações como o WhatsApp ou Snapchat, por mensagens de texto e até por chamada antes de conhecê-las pessoalmente.

O papel que Gemma representava era tão convincente que chegou a passar algum tempo como Jake com os pais das vítimas. As raparigas acreditavam estar numa relação com um rapaz até a Polícia revelar que Jake era, afinal, uma mulher adulta, com 21 anos.

Gemma enfrenta agora pena de prisão, depois de se ter declarado culpada de sete acusações de agressão sexual e assédio, esta sexta-feira, no tribunal de Winchester. Os crimes estão associados a quatro vítimas, uma rapariga de 14 anos de Hampshire e três de 15 de Surrey, Plymouth e West Midlands.

"Para algumas das raparigas era a primeira relação amorosa"

"Foi uma mudança de vida para todas as vítimas. Elas acreditavam que estavam numa relação com um jovem adolescente, para depois descobrirem que era afinal uma mulher", afirmou Phillipa Kenwright, agente da Polícia Metropolitana de Londres. "Para algumas dessas raparigas era a primeira relação amorosa... Ela [a agressora] enganou-as o tempo todo. Muitas dessas vítimas são jovens muito inocentes que foram completamente levadas por Gemma Watts".

As autoridades identificaram sete vítimas, mas algumas preferiram não fazer qualquer declaração. "Acho que haverá mais vítimas, que tiveram uma relação com Watts e que agora perceberão que é uma mulher. Acho que poderão haver entre 20 e 50 vítimas", estimou Kenwright. "Ela [Gemma] estava a falar com outras jovens vítimas usando perfis em redes sociais que são muito credíveis".

Foi detida mas voltou a "atacar" depois de ser libertada

Gemma Watts chamou a atenção da Polícia de Hampshire em março de 2018, depois de um médico ter levantado questões sobre o caso de uma rapariga que estava numa relação com um rapaz mais velho. A Polícia Metropolitana de Londres envolveu-se na investigação em julho desse ano, depois de a acusada ter admitido o envolvimento sexual enquanto Jake com as três primeiras vítimas.

Gemma foi libertada sob investigação pela Polícia de Hampshire, mas voltou a ser detida em outubro de 2018 por agentes da Polícia Britânica de Transportes, que a encontraram com a quarta vítima, em West Midlands, depois de uma denúncia dos pais da rapariga.

As autoridades acreditavam que Watts era realmente Jake, um rapaz de 16 anos, e estavam a levá-la para casa em Londres antes de fazer a ligação.

Gemma ficou em prisão preventiva depois de ser detida por agressão sexual em março do ano passado, mas voltou a ser libertada em agosto, quando foi absolvida. A agressora foi finalmente acusada em setembro e declarou-se culpada de sete crimes de agressão sexual e violação contra meninas de 14 e 15 anos, em novembro.

Por :G1

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