Em contraste
com a tendência mundial, os fluxos de investimento estrangeiro direto (IED)
para a América Latina e Caribe aumentaram 13,2% em 2018 em comparação com 2017,
totalizando US$ 184,3 bilhões de dólares, informou hoje (14), em Santiago,
Chile, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). A
expansão de 2018 da região reverteu cinco anos de queda.
Em todo o mundo, o IED registrou queda 13%, entre
2018 comparado a 2017, chegando a US$ 1,3 trilhão, similar ao verificado em
2010, primeiro ano de recuperação após a crise financeira mundial de 2008.
Entretanto, as perspectivas para 2019 na
América Latina e Caribe “não são animadoras devido ao contexto internacional”.
A expectativa da Cepal é de queda de até 5% nas entradas de IED na América
Latina e Caribe este ano.
O IED é considerado a melhor forma de
investimento por ser aplicado no setor produtivo da economia e ser de longo
prazo. O IED pode ser com aporte de capital, empréstimo intercompanhia (entre
empresas do grupo) ou reinvestimento de lucros.
“Ao analisar os diferentes componentes do IED,
observa-se que a recuperação do dinamismo em 2018 não se baseou na entrada de
aumentos de capital, que seria a fonte mais representativa do interesse
renovado das empresas para se estabelecerem nos países da região, mas no
crescimento do reinvestimento dos lucros e dos empréstimos entre empresas”,
disse o documento.
O estudo mostra uma grande heterogeneidade nos
resultados nacionais: em 16 países, há um aumento das entradas em comparação
com 2017 e, em 15 países, há uma diminuição.
A maior parte do crescimento do IED em 2018 é
explicada pelos maiores investimentos no Brasil (US$ 88,3 bilhões, 48% do total
regional) e no México (36,9 bilhões de dólares, 20% do total).
Crescimento
O relatório afirma que, apesar do baixo
crescimento econômico do Brasil nos últimos anos, a entrada de IED aumentou
25,7% em 2018, comparado a 2017.
“Os fluxos de capital por empréstimos entre
companhias foram determinantes para o aumento, já que se quintuplicaram em
relação a 2017, chegando a representar 37% do total do IED”, disse o estudo.
Segundo a Cepal, 47% das entradas de IED em
2018 na América Latina e Caribe foram direcionados para a indústria
manufatureira, 35% para serviços e 17% para recursos naturais. Por outro lado,
as megaoperações de fusão e aquisição transfronteiriças concentraram-se no
Chile e no Brasil, nos setores de mineração, petróleo e serviços básicos
(eletricidade e água).
Ainda segundo o Cepal, a maior parte do
capital que entrou na região veio da Europa (que tem uma maior presença no Cone
Sul) e dos Estados Unidos (principal investidor no México e na América
Central). A China, por sua vez, perdeu participação em fusões e aquisições na
América Latina e no Caribe.
Com relação ao comportamento das empresas
transnacionais latino-americanas, conhecidas como translatinas, o documento da
Cepal informou que a saída de IED dos países da América Latina diminuiu em 2018
pelo quarto ano consecutivo e alcançou US$ 37,9 bilhões.
E mais: 83% do investimento direto no exterior
procedente da América Latina são originários do Brasil, Chile, Colômbia e
México.
Fonte: Agencia Brasil
Foto: Tania Rego